sábado, 5 de março de 2011

Repudia a dívida! Exige um referendo!

3 de Fevereiro de 2011

Repudiar a enorme dívida ilegítima que foi imposta ao povo e às futuras gerações é o ponto de partida para construir uma economia sustentável e que possa concorrer para a satisfação das necessidades de todas as pessoas.

Esta dívida, primeiro contraída por investidores, especuladores e instituições financeiras, só depois foi imoralmente socializada pelo Governo. E isto levou a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, com o apoio dos partidos do sistema, a empilhar às costas do povo uma dívida ainda maior e mais lesiva dos seus interesses.

Esta dívida é repugnante. Não foi contraída para despesas sociais como saúde, educação, habitação, nem em nada que realmente tivesse valor para a economia ou para o país. Esta dívida foi contraída pelos acólitos do Governo para lucrar com a bolha especulativa, o que teve pouco ou nenhum benefício para os trabalhadores.

Esta dívida é ilegítima. Isto não é dívida soberana: isto é dívida de instituições financeiras e privados que foi socializada pelo Estado. Estamos a ser forçados a pagar uma dívida de empresas e agiotas que suportaram o Governo contra as necessidades do povo.

Esta dívida é perpétua. É tão grande que nunca conseguirá ser paga. Somem o custo das recapitalizações bancárias e as perdas futuras, o custo crescente do NAMA para o Estado, as garantias dadas à banca, o custo acrescido das obrigações vincendas, o custo do empréstimo UE-FMI, e tudo isto somado são centenas de biliões em dívida que não pertence ao povo.

Esta dívida autoperpetua-se. O bail-out da UE e do FMI é um empréstimo para cobrir outras dívidas. Contudo, dado o prazo e a taxa de juro exorbitante, serão necessárias extensões para se poder amortizar a quantia. O Governo criou uma espiral de crédito que arruinará a economia, eliminará qualquer hipótese de crescimento e dará fortunas aos especuladores financeiros.

Não renunciamos esta dívida apenas por não a conseguirmos pagar. Várias pessoas e grupos têm vindo a pedir extensões ao prazo ou incumprimentos parciais por manifesta incapacidade de se pagar conforme o plano. Ainda que isso seja verdade, nós não achamos que se deva fazer default, porquanto esta dívida não é nossa. Fazer default é credenciar e reconhecer esta dívida como nossa. O que devemos fazer é repudiar esta dívida.

Queremos um referendo sobre toda a dívida privada que foi socializada para que as pessoas possam decidir. Isto é uma enorme transferência de riqueza dos pobres, desempregados, trabalhadores, pequenos empresários, independentes e agricultores familiares. Temos que decidir se queremos condições dignas de vida, ou se queremos continuar a pagar esta dívida insuportável e a consequente emigração massiva das futuras gerações que ela acarreta.

Exige um referendo para repudiar esta dívida!

1 comentário:

  1. Não percebo porque é que os jovens não respondem e não comentam aqui. Falta de ideias? Desconhecimento do blog? Pensam que nada adianta escreverem? Demitiram-se?
    Ontem, dia 12 e Março, pela Manifestação, escrevi:
    «Amigos, já é tempo de a juventude deste país deixar de se manifestar e de tomar o poder nas mãos para ir para o governo e governar a sério. Aliás, só assim perceberá que não é fácil fazer reformas e muito menos governar a sério. Já é tempo de deixarem de pertencer a este ou àquele partido mas formarem o seu próprio partido, sem cor partidária, e que se apresente a eleições com programa credível e com nomes credíveis para formarem governo! Eu proponho o PARTIDO DA JUVENTUDE PORTUGUESA. Nâo há outra hipótese, neste momento, senão jogarem o jogo da democracia.»
    Criar um partido para jogar o jogo da democracia é um passo. Referendo para não pagar não vale a pena: é dinheiro e tempo perdidos. Mais vale insistir junto dos governantes para que se renogoceie a dívida, juntamente com a austeridade que se impõe a um povo que anda há muito a viver acima do que produz, além do descalabro da injusta distribuição da riqueza que é de todos nós e do escândalo de salvar bancos com o "nosso" dinheiro, obrigando-nos agora a pagar juros elevadíssimos.
    Portanto, jovens, organizem-se! Têm o facebook, etc. Os mesmos que desencadearam e organizaram a Manif de 12 juntem-se e lancem as bases de um partido. Aí terão poder e poderão dar a volta a isto. De outro modo, não vão lá! Só pelas armas, o que não se aconselha e o que não é possível: as forças armadas estão interessadas no sistema. Só nele manterão as regalias que têm e o pessoal inútil que enche os quartéis... Uma multidão de generais!
    Francisco Domingues, professor

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